A empresa cabo-verdiana Ekonatura recolhe garrafas de vidro e plásticos e transforma-os em vários objectos decorativos e materiais para a construção civil. A ambição é “reduzir cerca de 95% do lixo” na comunidade de São Francisco e arredores, na ilha de Santiago, e criar um novo modelo de negócio mais ecológico e que reconheça o impacto das mudanças climáticas, explica João Ferreira, gestor da Ekonatura e presidente da Associação Comunitária de Desenvolvimento de São Francisco. “A nossa missão é reduzir cerca de 95% do lixo, sobretudo plásticos e garrafas, nas comunidades vizinhas e na nossa própria comunidade. Queremos reduzir o máximo possível o dióxido de carbono para o ambiente porque os plásticos produzem dióxido de carbono e as garrafas levam muito tempo para se decomporem na natureza. São essas as nossas preocupações”, resume João Ferreira, gestor da Ekonatura e presidente da Associação Comunitária de Desenvolvimento de São Francisco. O gestor sublinha, ainda, que se pretende “sensibilizar as crianças e também a própria comunidade para dar um melhor tratamento ao lixo”. “Queremos expandir, queremos levar as nossas ideias às outras comunidades para fazerem a mesma coisa”, conta. A Ekonatura nasceu em 2020, na comunidade de São Francisco, a uma dezena de quilómetros da cidade da Praia, na ilha de Santiago, no âmbito do projecto Raiz Azul, financiado pela The Darwin Initiative, do Reino Unido, e implementado pela Associação Cabo-verdiana de Ecoturismo, em parceria com a Universidade de Cabo Verde. Porém, a pandemia atrasou o arraque da produção que começou em Agosto de 2021. Desde então, foram recicladas cerca de 10.000 garrafas e cerca de 500 quilos de plásticos. A empresa recolhe garrafas de vidro e plásticos na comunidade e conta com parcerias com empresas de cerveja e de produção de água e refrigerantes que levam directamente os resíduos à Ekonatura. Pontualmente, os moradores também entregam material directamente na Ekonatura, onde trabalham sete colaboradores. As máquinas trituradoras funcionam 100% à base de energia solar e foram também fabricadas em Cabo Verde. “A Ekonatura é uma empresa comunitária cabo-verdiana, localizada em São Francisco, no concelho da Praia, criada para reciclar vidro e plásticos. O vidro é transformado em areia, dando sequência à produção de vasos e outros objectos decorativos, assim como blocos para construção civil. Com plásticos produzimos objectos artesanais como brincos, porta-copos, chaveiros, peças de revestimento de paredes, etc”, destaca João Ferreira. Para o gestor, este é um passo para a “sensibilização das pessoas” para as questões ambientais, numa altura em que o mundo empresarial começa também a despertar para “o impacto do aquecimento global”.
A empresa cabo-verdiana Ekonatura recolhe garrafas de vidro e plásticos e transforma-os em vários objectos decorativos e materiais para a construção civil. A ambição é “reduzir cerca de 95% do lixo” na comunidade de São Francisco e arredores, na ilha de Santiago, e criar um novo modelo de negócio mais ecológico e que reconheça o impacto das mudanças climáticas, explica João Ferreira, gestor da Ekonatura e presidente da Associação Comunitária de Desenvolvimento de São Francisco.